07 março, 2024

Resenha do Livro O Perigo de Uma História Única



     O livro "O perigo de uma história única" é uma adaptação de uma palestra dada por Chimamanda Ngozi Adichie no TED Talk em 2009. Adichie, escritora negra, nigeriana e feminista, aborda em suas obras uma mistura de ficção e realidade, compartilhando reflexões significativas. Este é o 2° livro que leio dela, o 1° em 2021 e o 2° agora em 2024.

     A leitura desencadeou reflexões sobre como a construção da história permeia desde o ensino básico até o superior, destacando a importância de termos cuidado ao ouvir apenas uma narrativa.

Do direito:

     No momento em que estava lendo, comecei a refletir sobre a importância de nós, futuros juristas, sabermos e procurarmos sempre ouvir os dois lados da história. Por mais que, às vezes, um lado não seja nada agradável, temos que estar dispostos a conhecer o outro lado da moeda. Ao não termos esse cuidado, podemos nos prejudicar e coordenar alguém ou alguma situação por não termos ouvido ambas as perspectivas. 

Do social:

     A história contada nas escolas sempre é apenas vista de um lado - lado esse que conhecemos bem, do ponto de vista do ocidente. Em diversos momentos da história do mundo, pode-se perceber que há várias deturpações contadas desde o ensino básico ao ensino superior. O quanto isso apaga a história de um povo e sua cultura não está no gibi, e esse processo chamamos de epistemicídio. 

     Adichie traz uma fala que se torna atual até os dias de hoje, por mais que tenham se passado anos, "A história única cria estereótipos, e o problema com os estereótipos não é que sejam mentira, mas que são incompletos. Eles fazem com que uma história se torne a única história."

     Ao ler isso, lembrei-me de toda a fase do meu ensino básico, onde a história da África sempre foi contada de uma visão única. A África que eu conheci na escola foi retratada como uma região pobre, onde as pessoas passam fome e morrem diariamente. Ao entrar na faculdade, tive a oportunidade de adquirir conhecimento mais amplo e descobri que a África não se resume a isso; ela tem uma rica história, cultura, intelectuais e prosperidade financeira. Ao refletir sobre isso, surge a necessidade de questionar como a educação ainda está fortemente voltada para a visão do branco, europeu e do ocidente, e a importância de quebrar essa "hegemonia."

     Ao abordar o ensino superior, quero destacar que, infelizmente, em algumas áreas, há a perpetuação da história eurocêntrica.

    Adichie instiga a repensar a hegemonia na educação, destacando a necessidade de superar a visão eurocêntrica, especialmente em algumas áreas do ensino básico ao superior.

 Recomendo a leitura a todos, pois proporciona um conhecimento enriquecedor e questionador.

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