04 dezembro, 2023

Resenha do livro Eu Odeio os Homens: Um desabafo de Pauline Harmange


O livro "Eu Odeio os Homens: Um desabafo", escrito pela autora Pauline Harmange e ativista feminista, publicado no ano de 2021 no Brasil. É uma obra provocativa e polêmica que destaca uma perspectiva singular sobre as relações de gênero. A autora aborda temas sensíveis à feminilidade, poder e desigualdade, apresentando uma visão crítica sobre o papel histórico e contemporâneo dos homens na sociedade.

Antes de tudo, é bom informar que esse livro incomodou tanto aos homens que tanto a autora como a editora foram acusadas de incitar ódio contra homens por um assessor do Ministério de Igualdade de Gênero da França que ameaçou de mover uma ação criminal e solicitou que removesse os livros da comercialização. 


Pauline Harmange inicia o livro com um desabafo franco, mergulhando nas complexidades das dinâmicas do gênero. A autora não tem medo de expressar sua raiva e frustração, oferecendo uma abordagem visceral que desafia as normas convencionais. Sua linguagem é direta e, por vezes, provocativa, convidando os leitores a refletirem sobre as estruturas de poder existentes.


O livro conta com 9 capítulos curtos, e possivelmente, em 5 horas de leitura ou menos, o leitor consegue terminá-lo. A introdução começa com a autora explicando o motivo da escrita do livro e como ela se sente em relação aos homens, destacando a horrível natureza do patriarcado.


Posteriormente, a autora desenvolve o conceito de misandria, algo que eu não tinha a mínima ideia do que era, mas foi interessante descobrir e entender a perspectiva da autora. Misandria, em resumo, refere-se à raiva das mulheres contra os homens, ao contrário do conceito machista. Paula ainda discute como alguns homens afirmam ser feministas, mas não desconstroem ou renunciam aos seus privilégios, utilizando isso para se aproveitarem das mulheres, algo que conhecemos  como "ESQUERDO MACHO".


Uma das coisas que mais me chamaram atenção neste livro é que, após a autora iniciar seu desabafo, ela explica a situação de seu relacionamento com o marido, contextualizando o seu modo de vida para evitar ser chamada de hipócrita. Isso é fantástico, pois quem tiver mente aberta entenderá a autora.


Um capítulo muito interessante e que foi fundamental para a construção do meu conhecimento sobre o feminismo e como as mulheres se sentem diante desse movimento é "Deixe a raiva das mulheres rugir". Este capítulo aborda as emoções das mulheres e sua situação de vulnerabilidade em relação aos homens, assim como a percepção da sociedade sobre isso. Acho que esse trecho pode exemplificar melhor esse entendimento da sociedade e de como ela molda os homens:

“A raiva dos homens é espetacular. Ela se manifesta às vezes em gritos, e em pancadas contra objetos materiais, na maior parte dos casos - mas nem sempre,as inúmeras mulheres que apanharam do marido são testemunhas. Em suma, a raiva dos homens é repleta de agressividade. Estimulamos os rapazes a sentir raiva - é sempre melhor que chorar como uma garotinha -  e revidar.”


Além disso, há outro capítulo maravilhoso, que é 'Médiocre como um homem', o qual explica como nossas atitudes enquanto homens são bem vistas na sociedade. Por mais que façamos o mínimo, e às vezes nem isso, temos um prestígio diante da sociedade. Não temos a mesma cobrança que uma mulher tem; não somos questionados ou descredibilizados da mesma forma que as mulheres. É impressionante como a sociedade considera algo surreal quando um homem realiza tarefas domésticas ou vai buscar o filho na escola, enquanto as mulheres desempenham essas atividades todos os dias, sem receber o mesmo reconhecimento que os homens.


Esse capítulo me fez refletir sobre minhas atitudes e mudá-las, pois não adianta eu pregar algo e não fazer. O quão hipócrita eu seria.


Ao longo da narrativa, a autora explora várias facetas das relações entre homens e mulheres, desconstruindo estereótipos e questionando normas condicionais. Suas análises são fundamentadas em sua perspectiva pessoal, mas também incorporam ideias feministas mais amplas, provocando uma reflexão profunda sobre o feminismo..


A força do livro reside na capacidade de mexer  com o leitor ao ponto de  confrontar suas próprias opiniões e preconceitos. No entanto, é importante observar que algumas partes do livro podem ser consideradas extremas para alguns leitores, o que pode gerar reações variadas.


Portanto, a obra “Eu Odeio os Homens: Um desabafo” é uma leitura que incita o debate e desafia as convenções sociais. A autora não busca consenso, mas sim provoca reflexões sobre as estruturas de poder que moldam as relações de gênero. Este livro é uma obra intensa e provocativa que certamente deixará os leitores reflexivos. Essa é uma obra que entrou para os melhores livros lidos no ano de 2023 e favoritos. 5/5


18 outubro, 2023

Resenha do Livro "Como ser um Educador Antirracista" de Bárbara Karine

 



O livro “Como Ser um Educador Antirracista”, escrito pela autora Bárbara Carine e publicado no ano 2023, tem como objetivo apresentar caminhos para educadores serem antirracista nas suas práticas pedagógicas. 

A obra começa com a apresentação da autora ao longo de sua construção performática como intelectual, apresentando como se deu o início da escrita desse livro. Desde o princípio, a autora logo deixa evidente que não apresentará algum tipo de procedimento revolucionário, mas sim apontará caminhos emancipatórios no campo da educação.

Ainda mais, a autora explica como se deu e autointitulou como "intelectual diferentona". Esse termo se deu porque Bárbara não se rendeu à perspectiva performática da produção ocidental do pensamento e por atuar no campo da "intelecpluralidade", conceito desenvolvido no seu pós-doutorado. Este conceito pauta a ruptura com o modelo único de intelectualidade imposto pela visão brancocêntrica ocidental, que prevê uma ritualística epistêmica e performática para a construção de um intelectual.

Além disso, Bárbara faz uma mini apresentação sua, mas para mais especificações do seu currículo, ela direciona o leitor a pegar o seu nome completo e pesquisar no site currículo lattes. Bárbara está mais interessada em que o leitor conheça a sua obra do que em sua formação.

Na primeira parte, denominada "Eu, professor branco, posso ser antirracista?", a autora vai abordar a pergunta que mais escuta de pessoas brancas: qual é o papel delas na luta antirracista? Nesse contexto, a autora vai apresentar o motivo pelo qual escuta essa pergunta com tanta frequência. Após isso, a filósofa começa a fazer toda uma contextualização sobre a luta dos povos negros e como todo esse processo de exploração, escravização e humilhação que os povos negros passaram e passam nos dias atuais.

Na segunda parte, denominada “Um caso de racismo na escola: como atuar?”, Bárbara Carine vai dizer que o Brasil é um país estruturalmente racista e que, nesse cenário, não há como fugir do racismo na escola. A autora ainda faz uma relação do caso de George Floyd e a descoberta do racismo com a pandemia, como a pandemia  desvelou o racismo que estava exposto, escancarado havia séculos, mas que a ignorância deliberada da branquitude a impedia de ver(Carine, 2023, p. 69).

Como também vai explicar como se deu o pacto da branquitude (um sistema de privilégio que beneficia pessoas brancas), como se deu a construção de raça, como se deu o processo de animalização das pessoas negras e a construção do mito da democracia racial. 
No final dessa parte, Bárbara vai afirmar que o antirracismo é uma luta de todos e discute o lugar de fala de cada um com um exemplo.

Bárbara apresenta um caminho de como a escola e quem a compõe deve agir quando houver um caso de racismo, visto que o racismo é um crime previsto na lei n. 7.716/1989. Além disso, Bárbara relata que nenhum crime de racismo pode ser tratado como algo pontual, apesar de a lei o classificar dessa forma (Carine, 2023, p. 72).

O que Bárbara quer dizer é que não é suficiente apenas prender quem comete o crime de racismo, mas também é essencial criar meios para fazer com que uma pessoa que cometeu o crime reflita sobre a estrutura desse caso. Essa proposta dela é a sugestão que ela apresenta para o que uma escola pode fazer.

No decorrer dessa parte, Bárbara vai discorrer duas coisas bem interessantes: a formação de educadores antirracistas e como aprender dói. Na formação de educadores antirracistas, ela inicia explicando como se deu o início dos trabalhos letivos na Escola afro-brasileira Maria Felipa e como havia um déficit muito grande na formação dos professores que faziam parte da escola.

No tema "Aprender dói", abordado no livro, Bárbara vai dizer que o aprender não é um processo trivial e que aprender dói, tanto do ponto de vista psíquico, no sentido de se apropriar do novo e reestruturar seu pensamento a partir deste, quanto do ponto de vista social.

Na terceira parte, denominada "Como pensar práticas antirracistas em sala de aula", a autora vai apresentar uma parte que provavelmente é a mais esperada pelos leitores. Os leitores podem ficar na expectativa de que a autora apresente alguma receita, mas a própria Bárbara já havia relatado no início do livro que não vai apresentar propostas revolucionárias, e sim caminhos que podem ser seguidos.

A autora vai contextualizar sobre o processo de conhecimento ocidental e de como esse conhecimento está tão enraizado nas escolas brasileiras. Ela discutirá a importância de apresentar outras histórias que não são normalmente apresentadas aos alunos. A filosofá vai destacar a importância de um desenvolvimento de um projeto pedagógico baseado em potências culturais. Esse projeto que ela cita foi o projeto implementado na sua escola, Maria Felipa, e de como a escola busca construir um sistema educacional a partir da não estereotipagem das práticas pedagógicas no âmbito da educação para as relações étnicos-raciais (Carine, 2023, p. 97).

Um dos marcos mais importantes de todos, que vai matar a curiosidade de vários gestores, professores e coordenadores de uma instituição de ensino, é saber o calendário decolonial da Escola Afro-brasileira Maria Felipa, como Bárbara e outros profissionais desenvolveram e implementaram na escola. Trata-se de uma escola diferente, que apresenta outra cultura, sem ser ocidental, apresentando aos alunos novos saberes e comemorando datas comemorativas dos seus ancestrais.

Na quarta parte, denominada "Diversidade não se constrói, se celebra", a autora vai abordar como a sociedade é centrada no homem branco e trazer a reflexão da primeira imagem do corpo humano que é vista na vida dos leitores, através dos livros didáticos da disciplina ciência/ biologia, que...
“não foi de uma mulher negra, de uma mulher, de uma pessoa trans, de um homem que fosse afeminado, de uma criança ou um idoso, de um corpo com deficiência ou de um corpo gordo, mas o que foi mostrado é o corpo de um homem branco cisgênero adulto em idade economicamente ativa, com estética de “machão”, com pênis destacado, corpo atlético e sem deficiência”(Carine, 2023, p. 118) 

A autora relaciona como essa noção de humanidade é produzida e difundida em manuais científicos que adentram as escolas básicas e formam o imaginário coletivo da população. Essa construção explica muitas das coisas que gostamos e de como também nos relacionamos com outras pessoas.

 
Ainda mais, Bárbara aborda um tema super importante que são os espaços de poder que estão reservados para alguns. A discussão se inicia com o questionamento do Brasil ser um país tão rico e existir uma diversidade cultural e existencial, mas nos espaços de poder não refletem essa pluriversalidade. Como o Brasil ainda está sob uma óptica (visão) ocidental, essa visão que nutre as estruturas de opressão.

Na quinta parte, denominada "Sou contra as cotas, pois o necessário é melhorar a escola básica", Bárbara vai discutir o que são cotas raciais, por que elas existem, qual a finalidade e por que são tão importantes para o Brasil. Ela também abordará a necessidade de políticas públicas de permanência dentro desse espaço acadêmico, pois não se trata apenas da entrada, mas dos meios que contribuem para que uma pessoa que ingressa pelo sistema de cotas possa permanecer. Isso é fundamental, uma vez que esses espaços tendem a excluir e não são inclusivos.

Portanto, na finalização do seu livro, na parte “Como ser um educador antirracista”, que retoma o título do livro, a autora vai apresentar caminhos que os educadores podem seguir. Bárbara vai concluir a escrita desse  maravilhoso livro, que coincidentemente estou terminando no mesmo dia, 15 de Outubro, Dia dos Professores e das Professoras. A última mensagem do livro foi uma das mais especiais para mim, como estudante e futuro professor. Como Bárbara já diz em seu livro, sejamos doadores de memórias e que
(...) possamos assumir com afeto o compromisso de sermos “doadores de memórias” que socializam os conhecimentos sistemáticos historicamente desenvolvidos pelo coletivo para as novas gerações, visando a formação humana desses sujeitos, mas que compreendem de maneira fundamental o papel crucial da nossa profissão na construção de uma sociedade mais justa igualitária. (Carine, 2023, p. 149).     

Caro leitor, este livro é uma obra das divindades, uma escrita muito agradável de ler e que você consegue terminar em um dia só. No entanto, quero dizer e pedir que não cometa o ato de lê-lo em um dia só, principalmente se você está no início do seu aprendizado sobre questões raciais, como eu. Este livro aborda muitos temas, e quando digo isso, é porque são muitos mesmo. Parece que a autora, Bárbara, estava bem eufórica quando estava escrevendo, já que ela despejou uma grande quantidade de informações valiosas de questionamentos ou reflexão. É necessário um pouco de calma para lê-lo.

Bárbara foi bem objetiva no que queria transmitir, sem enrolações, o que me deixa extremamente feliz quando um autor faz isso. A nota que eu dou para este livro é 5/5, e informo que ele entrou para a minha lista dos melhores livros da vida, que recomendo a todos. Além disso, ele serve como um ótimo presente, caso você tenha dúvidas sobre o que dar para seu amigo ou amiga.


Ainda quero dizer que conheci Bárbara Carine no Instagram de uma forma bem aleatória. Seu posicionamento, sua forma de falar e, agora, sua escrita me encantaram muito. Ainda estou no início de entendimento desse mundo, buscando constantemente aprimorar meu conhecimento sobre questões raciais e começando a questionar e compreender muitas coisas. 

Tive uma oportunidade incrível de conhecer a Bárbara pessoalmente. Ela foi a primeira escritora que admiro muito a encontrar pessoalmente, e esse momento foi gratificante e maravilhoso. Enquanto ela autografava o meu livro, fiquei emocionado e com uma vontade enorme de chorar. Bem, não sei o motivo, e espero que ela não tenha percebido isso no dia ksksksks

Espero ouvir a opiniões de vocês também para fazer troca de informações.


OBS: Quero deixar claro que esse tipo de escrita não segue um padrão de uma resenha acadêmica. Escrevo com o objetivo de, no futuro, ler isso e verificar o quanto a minha escrita evoluiu. Além disso, escrevo para que mais pessoas tenham a oportunidade de conhecer esses livros. Quando houver dúvidas entre lê-los ou não lê-los, espero que minha resenha possa ajudar.

03 agosto, 2023

RESENHA DO LIVRO "QUINZE DIAS"



O livro “Quinze Dias”, escrito pelo autor Vitor Martins e publicado no ano de 2017, relata os pensamentos, desejos, sentimentos, vulnerabilidade de Felipe e suas relações com sua mãe como também com seu vizinho, Caio, no qual se tem uma paixão platônica. 
Felipe, personagem principal, já inicia o livro se auto afirmando como gay e gordo e na minha visão o autor escreve isso já de início trazendo uma quebra de expectativa, já que normalmente livros LGBTQ+ é sempre trazendo características dos personagens de uma forma padronizada. 

A narrativa se constrói com a ansiedade de Felipe desejando pelas suas tão sonhadas férias de julho, período esse que vai descansar, como também passar bastante tempo realizando os seus hobbies, mas o que ele não esperava era que iria hospedar o seu vizinho do 57, vizinho esse que está presente na vida de Felipe desde a sua infância.  

Durante esse período Felipe vai viver momento que não esperava, momentos esses que foram aproveitados com muita intensidade e com prazer. A relação do medo sendo desconstruída por Felipe e Caio, relacionamento de amizade sendo fortalecido e fatos sendo justificados. 

O livro é dividido em 15 dias e cada dia narra o dia de Felipe com os seus pensamentos, como o de Caio e a sua mãe Rita. Acredito que esses quinze dias foram de grande transformações na vida de Caio e Felipe, principalmente para Felipe já que o foco central está sobre a sua vida. 

Uma das coisas que me fez refletir muito e ficar pensando muito no livro é sobre a construção e padronização estética do corpo humano, principalmente na comunidade. Eu não tenho palavras suficientes para descrever o quão perfeito foi o autor Vitor Martins nessa trajetória. Até mesmo Felipe que se identifica como um pessoa gorda tem suas expectativas e pensamentos quebrados quando conhece a melhor amiga do Caio, Beca, que é uma mulher gorda, esse momento foi genial e a construção da personagem foi muito boa.  

Felipe vai entender que Beca  e sua namorada Melissa,  ambas enfrentam dificuldades semelhantes com a dele em relação ao corpo. No caso da Mel, que é magra, o Felipe acha meio estranho ela ser tão insegura com o próprio corpo porque ela é magra mesmo, mas é aí que ele fica surpreso ao descobrir mais sobre os medos das garotas. Esse momento da piscina ele traz a insegurança dos personagens, isso é bem semelhante com a realidade das pessoas brasileiras quando vão para à praia ou piscina e suas inseguranças se prevalecem ao ponto de evitar vestir determinados tipos de roupas que deixa o seu corpo mais exposto ou mesmo de evitar a ir esse lugares 

A troca de experiências que Felipe teve com Caio, Beca e Melissa fortaleceu muito bem o seu desenvolvimento. Quebrando muito com o pensamento do Felipe, visto que é um ser que por sofrer bullying na escola e diante disso reprimiu os seus sentimentos, se isolou e sofre com o processo de auto aceitação vai mudar muita coisa.

Outra parte crucial da história é a relação de Felipe e sua mãe Rita, acho muito bonito como se dá essa relação. A mãe de Felipe é um amor de pessoa, é tão significante como ela apoia e incentiva ele. Bem que deveria existir mais mães assim no Brasil e como muita coisa seria diferente. 

Logo, o livro vai abordar diversos assuntos como gordofobia, homofobia, bullying, auto aceitação e a importância da terapia. O autor foi muito extraordinário a escrever esse livro de uma forma tão leve e sutil. A forma como foram construídos os personagens e as narrativas me surpreenderam demais, algo sem muita enrolação e sem pular nenhuma etapa, isso é prazeroso demais para um leitor.

Ademais, o livro é curto e o leitor no instante termina ele, mas eu quis degustar o livro de uma forma devagar e viver esse momento maravilhoso. O que me fez gostar muito desse livro foi por ele ser brasileiro, retratar a situação brasileira e não ser mais um livro padrão de romance gay utópico. Já que normalmente livro desse gênero a construção das narrativas sempre são as mesmas e só mudam o cenário e os personagens, pois no desfecho ou no final do livro o leitor já consegue ter noção de como vai ser. 





06 julho, 2023

O QUE O CURSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS VEM ME PROPORCIONANDO


No post de hoje vou fazer um breve resumo da minha situação como estudante e o que o curso de ciências sociais vem me proporcionando até agora.

  

Atualmente, sou estudante de ciências sociais na Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, entrei na segunda entrada do ano de 2022.2 e me encontro no 2° período. Antes que qualquer pessoa me pergunte do porquê já estou no 2° período, o motivo é que o calendário acadêmico da UFPE ainda se encontra desregulado por conta da pandemia e diante disso, estamos com períodos mais curtos. 


O curso de ciências sociais quebrou e vem quebrando muitos conceitos e achismos que eu tinha em relação ao mundo, até mesmo no eu, modo subjetivo. Traz diferentes concepções e generalização de um determinado problema ou conceito. A cada aula e o conhecimento que venho adquirindo me faz refletir durante os dias e me questionar de como eu não tinha pensado daquela forma ou não percebido. 


O curso conta com uma carga extensa de leitura e as aulas às vezes se tornam densas por conta do que estamos discutindo, pois além do professor expor e simplificar para que possamos entender o conteúdo ainda contamos com o conhecimento e experiências de nós, alunos. 


Ainda mais, o curso me proporciona a conhecer diversas áreas já que o meu curso engloba a educação, social(sociológico), antropologia e o político. Um dos pontos positivos de estudar ciências sociais é lidar com uma diversidade de pessoas já que ao estudar na cidade universitária eu consigo trocar experiências e conhecimento com diversos alunos de outros cursos. O curso faz eu lidar com minha parte humana e desenvolver habilidades de empatia, compreensão e interpretação. 


Durante esses dois períodos, as cadeiras estão trilhando muito pelo caminho do conceito de raça, gênero e classe, vulgo a interseccionalidade. Conceitos esses que durante o ensino básico ou mesmo no curso de direito eu não tive contato e o quão absurdo e confrontador para mim está sendo e ao mesmo tempo maravilhoso. Ainda percebo que muito conhecimento que deveria estar no dia a dia da população está muito restrito e limitado dentro da universidade.


Neste 2° período estou pagando uma cadeira, metodologia das ciências sociais, e a cada leitura e aula essa cadeira vem me deixando intrigado, confuso, questionando e surpreso de como um determinado assunto ele tem várias versões e contada por diversas pessoas que durante o tempo elas não foram mencionadas ou não teve tanto reconhecimento. Um dos assuntos que foi nos apresentado foi que: o que conhecemos e de como idealizado eles são nas escolas como a Revolução Francesa não é tão bonitinho como é exposto no ensino básico (ensino fundamental II e ensino médio).


Ademais, o curso de ciências sociais abriu minha visão para muitos assuntos e me faz a cada dia mais a questionar o que é “tradicional” e o que não é. Estudar ciências sociais é deixar um pouco de lado o que eu conheço sobre determinada coisa para analisar algum fenômeno para depois interpretar. Uma coisa que vem caminhando muito comigo durante esse período é a dualidade das coisas, um fato sempre tem duas versões. Espero que vocês tenham gostado desse relato e me acompanhem para mais..


17 junho, 2023

RESENHA DO LIVRO OS 7 MARIDOS DE EVELYN HUGO

                        


O livro Os setes maridos de Evelyn Hugo, escrito pela autora Taylor Jenkins Reid e publicado no ano de 2017, relata os diversos amores, sentimentos, traições, abuso, fama, poder, frieza, identidade, opressão e medo que ocorreram na vida de Evelyn Hugo. Atriz, prestes a completar 80 anos, decide que será feita a sua biografia e para isso convida a jornalista Monique Grant. O livro  é narrado em forma de entrevista já que Evelyn convidou a jornalista Monique Grant para realizar sua biografia, mas essa escolha foi por um motivo, motivo esse que vai ser revelado próximo ao final do livro e que vai alterar a vida da jornalista.

O livro é separado por partes, partes essas que relata o início da vida de Evelyn Hugo, principalmente a fase de adolescência que será crucial para o futuro da atriz, separado também por cada marido que a Evelyn se casou, e sim, ela teve 7 maridos, porém eles não foram realmente o seu verdadeiro amor e na leitura você - leitor - descobrirá quem foi esse verdadeiro amor que ela amou até seus últimos dias de vida.

Após eu iniciar a leitura do livro senti dificuldades para apreciar e gostar do livro, pois o estilo de escrita( entrevista + narração) não era algo que eu estava acostumado, mas ao decorrer da leitura eu consegui me encontrar no livro e gostar.

A trajetória de carreira de Evelyn Hugo me fez refletir diversas vezes e todo o sufoco que ela passou para conquistar tudo e como isso se assemelha com que mulheres brasileiras passam, principalmente quando são abusadas e o praticante do crime como também a sociedade faz com que o ato ilícito seja culpa da vítima e isso fica bem perceptível no trecho: “Ele deu um jeito de se convencer de que seu desejo por mim era culpa minha. E eu acreditei”. 

Na concepção de Evelyn, ser desejada significava a obrigação de satisfazer os outros e esse pensamento era naquela época, fase de adolescência para adulta. Esse pensamento influenciou muito a vida amorosa de Evelyn. Evelyn fez muitos sacrifícios para construir sua carreira e permanecer com a fama.

Esse desejo de permanecer em jornais de fofocas, tabloides e outros meios de comunicação que Evelyn tinha se assemelha com os influencers brasileiros, pois é perceptível que alguns influenciadores digitais realizam diversos atos inacreditáveis para se permanecer o assunto do momento. 

A vida secreta que Evelyn Hugo tinha, porém conhecida como uma paixão proibida para a época, levou ela a ter medo da exposição, perseguição, críticas, cancelamento de contratos e ser oprimida pela sociedade. 

A Evelyn era um tipo de mulher fria e calculista e o que ela mais sabia fazer de melhor e na minha concepção também era saber usar as pessoas para benefício próprio. Alguns leitores podem criticar essa característica dela, porém no meu entendimento o que levou ela a se tornar assim foi os traumas e vivências durante a sua adolescência. Isso fica claro nesse trecho: 

Primeira: você precisa aprender a se impor e a não se sentir mal com isso. Ninguém vai te dar nada de graça se você não pedir. Você tentou. E levou um não. Supere isso. (…) Quando for usar alguém, use direito. (...) Eu sei usar as pessoas. Não me incomodo com a ideia de usar as pessoas.(2017, p.93)”

A Evelyn construiu uma carreira magnífica, extraordinária e sólida. Realizou diversos sacrifícios para permanecer em alta e fez tudo que estava ao seu alcance e o que também não estava. Admiro toda essa coragem e força que ela sempre demonstrou. Ao final de todo esse caos e maravilhas da Evelyn Hugo, o maior sonho dela era ter uma família e esse sonho foi realizado. A ordem natural da vida não foi tão favorável para Evelyn, nos seus últimos anos de vida ela sofreu muito e chegou ao final da sua vida com uma fortuna enorme, mas para ela isso nada adiantava, pois tudo que ela queria era sua família novamente.

Assim sendo, Evelyn mostrou tudo o que era capaz de fazer para conquistar os seus sonhos e me identifiquei muito com essa característica da sua personalidade, a coragem e a vontade. A autora do livro soube escrever muito bem a história como também desenvolver bem os personagens. A história de Evelyn vai ficar marcada na minha vida e como leitor, é incrível poder ter a sensação e experiência de viver outras vidas. Como em uma das diversas lições de vida e reflexões que Evelyn deixou em seu legado é que não adianta ter todo o dinheiro e luxo do mundo se você não tem por perto pessoas que você ama. Amar alguém está além do nosso controle, amar alguém é fazer sacrifícios, ter paciência e responsabilidade pelos sentimentos dos outros.

 A história de Evelyn Hugo termina com o falecimento de todas as pessoas que amou e os seus últimos desejos é que sua biografia seja publicada e que as pessoas realmente conheçam quem era ela, o que fez de errado, que fez escolhas erradas, seu verdadeiro desejo de ter uma família e lembrar as pessoas que Evelyn Hugo nunca existiu, mas apenas foi uma pessoa inventada para o público e ser amada, e que no final de tudo ela passou um bom tempo da sua vida sem saber o que era amor, mas conseguiu descobrir o amor. 

Ademais, esse livro me tocou profundamente e até o momento que escrevo essa resenha eu não tenho palavras suficientes para descrever o quão incrível essa obra é. A obra Os 7 maridos de Evelyn Hugo conquistou uma posição dos meus livros favoritos e por incrível que pareça é difícil alguma obra ter essa posição. Recomendo para todo leitor que quer se aventurar e viver mais de 7 relacionamentos caóticos, alguns, e outros maravilhosos. Ainda mais, o livro está em processo de adaptação para filme pela netflix.


08 junho, 2023

4 BENEFÍCIOS QUE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS TÊM E NÃO SABEM

Estudantes universitários têm alguns benefícios e desconhecem deles, como por exemplo descontos em aplicativos de música, pacote office e produtos como tablet, celulares, televisão e outros. 

 

1° Benefício - descontos em plataformas de streaming de música

- Spotify: pelo valor de R$ 9,90

- Deezer: pelo valor de R$ 10,90

- Apple Music: pelo valor de R$ 11,90

- Youtube Music: pelo valor de  R$ 12,50

2° Benefício - desconto em plataforma de e-commerce como a Samsung











Link do site Samsung estudante: https://l1nk.dev/Djbbh


3° Benefício - desconto no Pacote Adobe

Desconto de 60% na assinatura e recomendado principalmente para estudante de arte, comunicação e publicidade. Ainda mais, o estudante garante acesso ilimitado a programas como Photoshop, DreamWeaver, InDesign, Illustrator, entre outros.

De R$ 224,00 por R$ 86,00

Link do site: https://encurtador.com.br/kpOZ6

4° Benefício - Pacote Office 365 

O pacote Office 365 é  uma ferramenta da Microsoft e que inclui o Word, Excel, PowerPoint, OneNote e o Microsoft Teams, além de outras ferramentas para a sala de aula e quem é universitário tem direito a 50% de desconto na assinatura mensal. Assinatura mensal para estudante universitário fica pelo valor de R$: 17,00 por mês.

Link do site: https://encurtador.com.br/hvFU4


Entre ser e não ser: Homem com H

  Caro leitor(a),       Faz bastante tempo que não escrevo, devido à correria e ao cansaço que venho sentindo ultimamente.No relato de hoje,...